«Habemus Papam»
Já há resmas de paletes de tempo que não escrevia coisíssima nenhuma neste nosso blog, por isso cá vai. Ainda bem que alguém resolveu opinar e dar azo a conversas que já há muito por aqui não passavam.
Confesso que não vou ser nada original e até vou falar sobre um tema que pouco me diz: religião. Como já tive oportunidade de dizer várias vezes a quem quer (ou não tem outro remédio que não) ouvir-me, a minha religião é o Sporting Clube de Portugal, bem como o meu partido político. E tenho dito.
No entanto, hoje, é extremamente difícil escapar ao tema que domina a actualidade: o término do enclave dos 115 cardeais no Vaticano para eleger o novo Papa, Bento XVI, a.k.a., Joseff Ratzinger. 115 cardeais vindos de 52 países elegeram aquele que tem sido, desde já há vários anos, o braço direito, uma espécie de Papa interino, de João Paulo II.
Foi dado fumo branco a um Papa conhecido pelo seu ultra-conservadorismo, a sua aversão à homossexualidade e à ideia das mulheres no ofício da Igreja. É também conhecido por ter punido 140 teólogos que se distanciaram da doutrina oficial da Igreja e por ter punido quem sobre ela reesolveu escrever ou pronunciar-se. Tem 78 anos (vai aguentar-se no cargo quê? Uns 2 ou 3 anos?) e, até agora, tirando o facto de ter sido um forte opositor à guerra no Iraque instigada pelos E.U.A., ainda não lhe encontrei mais nenhum ponto positivo.
Será que é este o Papa de que estávamos à espera? Em pleno século XXI, no ano de 2005, não será preocupante verificar que a Igreja Católica, qual caranguejo, está a andar para trás? No fundo, sabemos que era muito provável que fosse o cardeal Ratzinger a ser o escolhido, mas, secretamente (falo por mim), esperava uma mudança radical. Porque não um Papa não Europeu? Porque não um Papa habituado a meter mãos à obra e a trabalhar em regiões difíceis do planeta, onde as desigualdades e as injustiças proliferam? Porque não um Papa (infelizmente) habituado a ver crianças e jovens a morrer de SIDA pelo facto de os seus pais não terem usado preservativo ou de eles próprios não se terem protegido, em vez de um Papa enclausurado numa torre de marfim, com pouca ou nenhuma ideia dos problemas que afectam os seus fiéis?
Fica dada aqui a minha singela contribuição.
Opinem à vontade, se for o caso. (Bem sei que o tema não tem propriamente o maior dos interesses, mas...)
1 Comments:
Por acaso acho bem pertinente o assunto. Vou também escrever um post sobre o papa.
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