sábado, junho 16, 2007

Alive Oeiras 2007






















Sejam bem-vindos à inauguração de um novo festival de Verão, o Oeiras Alive. Não foi o primeiro, porque o Creamfields antecipou-se, mas foi o segundo e, arrisco-me a dizer, o início da época festivaleira «a sério».
Não fui no primeiro dia, no de Pearl Jam, porque não tenho pachorra para nostalgias e já não os ouço desde os 17 anos, ou seja, há 9 anos. Têm o relato do concerto feito pelo Anda cá que eu não te aleijo no post anterior, por isso está dito. Com todo o respeito, acredito que tenha sido um concerto maravilhoso e tal e o camandro, mas a minha onda já não é essa. Adiante.
O Oeiras Alive nasceu da separação da Música no Coração, empresa que organiza o Super Bock Super Rock todos os anos, daí talvez os cartazes mais fracos este ano. Tanto uma empresa como a outra quiseram fazer algo em grande, como se compreende, agora resta saber é se o tiro não lhes sai pela culatra e não se espalham ao comprido. Esperemos que não. É bom saber que há mercado para tantos festivais, mas vejamos até que ponto é que isso é sustentável.
Bom, mas considerações sobre a sustentabilidade da economia festivaleira nacional, passemos ao que interessa, à música.
O dia começou às 18h, com o concerto dos «nossos» Dapunksportif, no Palco Mini Sagres, uma tenda de circo colocada no fundo do recinto. O espaço não era o melhor: estava um calor insuportável cá fora, quanto mais lá dentro (a banda queixou-se disso e com razão). Tinha sido mais bem pensado fazer como no SBSR, em que há dois palcos colocados lado a lado e os concertos vão alternando. No Alive os concertos do palco principal sobrepunham-se aos do palco secundário, o que fazia com que o público passasse a tarde e a noite inteira a correr de um lado para o outro ou a optar entre dois concertos. Ideias de jerico, digo eu. Também foi uma ideia peregrina atribuir o palco principal a duas bandas conhecidíssimas e que se fartam de vender discos em Portugal, como os Balla e os Triangulo de Amor Bizarro, uns espanhóis que ninguém conhece de lado nenhum, mas a quem a organização do evento decidiu dar a honra de tocar no palco maior do evento. Vá-se lá entender...
Dapunksportif correu muito bem, o público aderiu, apesar de ser o primeiro concerto do dia e de, obviamente, ainda estar muita gente a entrar no recinto àquela hora. O concerto foi um pouco mais longo do que o do Super Bock Super Rock no ano passado, o que é normal, pois já passou um ano e já muito mais gente conhece a banda, felizmente. Nota muito positiva para o trabalho dos «nossos meninos». Que a sorte os proteja e os leve a tocar em mais festivais desta envergadura. E porque não fazerem a primeira parte de um concerto dos Queens of the Stone Age? Isso é que era! Circulam rumores na Antena 3 de que os QOTSA poderão estar de regresso ao nosso país em Setembro ou Outubro... Vou fazer (muitas) figas.
Não me dei ao trabalho de ver as outras bandas que tocaram no Palco Mini Sagres. Temos pena! Estava lá mesmo era para ver os White Stripes, em estreia absoluta em Portugal. E que concerto! O melhor da noite, de longe! Quais Smashing Pumpkins qual caraças!
Os «manos» Jack e Meg White (irmãos, pois, pois...) deram um concerto arrasador, já com alguns temas do novo álbum que ainda não saiu, «Icky Thump»e alguns dos sucessos inevitáveis: "Dead leaves and the dirty ground" (que abriu o concerto, grande música, sem dúvida), "Fell in love with a girl" (não, não é um original da bimbalhona da Joss Stone! Ela é que fez uma versão bem irritante desta canção dos White Stripes), "I don't know what to do with myself" e claro, a terminar, o inevitável "Seven Nation Army", muito pedido pelo público (parece que não conheciam mais nenhuma). É espantoso ver como só duas pessoas em palco conseguem dar tamanho espectáculo: Meg na bateria e Jack na guitarra e, quando a música o exigia, num piano vermelho, tal como toda a roupa que vestia, bem como o cenário de fundo. As outras cores da banda, o branco e o preto eram envergadas por Meg. Os agradecimentos finais foram um "My sister thanks you and I thank you!", muito humilde, que só lhes fica bem, depois do concerto brutal que deram.
Simpatia e humildade foi coisa que não se viu no concerto de nostalgia da noite, o dos Smashing Pumpkins. Sobre isso só tenho a dizer uma coisa. Leiam, se vos apetecer, o que escrevi no fórum online da Blitz e os comentários, bastante violentos, que recebi ao meu post. Está tudo dito.
Passo a transcrever:

Título do post: Smashing Corgan
(battle_axe, 1 ponto , Segunda 11, às 9:01)
Por acaso não concordo nada com a maioria das críticas. Há 10 anos atrás, quando tinha 16 aninhos, era gaja para ter delirado com o concerto, mas no sábado não se passou nada disso. Aquilo a que assisti durante 2 horas foi a um concerto competente, é certo, recheado com os grandes sucessos da banda que já não é assim tão banda quanto isso, mas que já vem deslocado no tempo. Os Smashing Pumpkins resumem-se, hoje em dia, a Billy Corgan e ao seu enorme ego e a Jimmy Chamberlin. Apenas isso. James Iha e D'Arcy deram à sola para não mais voltar e compreende-se porquê. Os S.P. foram importantes nos anos 90, mas, nos tempos que correm, a sua música deixou de ser relevante. O novo single, "Tarantula", não me deixou propriamente impressionada e "Zeitgeist" vai ser apenas uma forma de fazer mais dinheiro à custa dos saudosistas do tempo em que o Sr. Corgan estava no pelotão da frente do som que se ouvia há 10/12 anos atrás. Aquela trip de ego de Corgan a solar desalmadamente na guitarra, a tal que, como já alguém disse, durou quase 20 minutos e levou ao desespero muita gente (eu incluída) era escusada e só veio provar, mais uma vez, que o gajo continua um sacana careca e arrogante. Isso e o facto de ter começado a entoar umas linhas de uma letra de Doors e de se ter virado para o público a dizer que nós não sabíamos a letra. Enganou-se. Houve pessoas no público que lhe provaram isso mesmo. E lá teve de reconhecer que, afinal, até sabemos umas coisinhas. Ainda bem que o concerto de White Stripes foi bem superior e salvou a noite. A minha, pelo menos. Esta onda de nostalgia não é, decididamente, para mim.

Os comentários de baixo nível que recebi, na sua grande maioria, estão no seguinte link (são muitos e não vale a pena estar a transcrevê-los todos, se não o post fica gigantesco):

Se se quiserem rir um bocado e aprender uns palavrões e ofensas novos, leiam-nos. Dá um bocado de trabalho, mas vale a pena. Eu achei divertidíssimo, apesar de ser eu a pessoa que é ofendida por todos. Há muito tempo que não me ria tanto.
E pronto, seguem também as fotos do festival. A primeira é dos Dapunksportif, as quatro seguintes dos White Stripes e as duas últimas dos Smashing Pumpkins. Não sou lá grande fotógrafa, como podem reparar, mas é só para terem um cheirinho do que foi o Alive. Agora venha o Super Bock Super Rock, que já só faltam 12 dias.





















Pearl Jam



Foi com um sentimento de nostalgia que vi e ouvi, 11 anos depois, os Pearl Jam. Banda maravilha, que o tempo e a sua música não nos deixam esquecer, por mais anos que passem! Um sentimento adolescente que à muito não sentia, com uma alegria estupidamente alegre (passo a redundância), que não queria e não conseguia esconder.


Foi um concerto, tipo maravilha, onde os PJ tocaram um "best of" muito bem conseguido. Começaram com Corduroy, passando por Animal, Crazy Mary, Big wave, State of Love and Trust... acabando com um Keep on Rockin' in a Free World e com umas frases em Português, de onde destaco a frase da noite "Que se foda Madrid!" proferida por Eddie Vedder em alto e bom som.


Sem dúvida que foi bom recordar e voltar a sentir aquele arrepio na espinha a quando de uma ou mais, músicas que tanto nos diziam e dizem, porque o que é bom não se esquece por mais que o tempo passe e que evoluamos.

sexta-feira, junho 15, 2007

Caros omnivores, estão todos convidados...