domingo, novembro 18, 2007

Telejornal

sábado, novembro 03, 2007

Massive Attack no Coliseu dos Recreios, 17/09/07


























































E este post também já vem com quase dois meses de atraso, tal como o anterior sobre os Tool, mas sou uma gaja com demasiadas coisas para fazer e muito pouco tempo... Uma chatice!
Mais uma passagem dos britânicos Massive Attack por Lisboa, numa das melhores salas de espectáculos da capital, o Coliseu dos Recreios. É verdade que já cá tinham estado no Verão do ano passado, mas, ainda assim, foi um Coliseu a rebentar pelas costuras que recebeu os meninos de Bristol com o entusiasmo digno de uma primeira vez.
O primeiro facto a lamentar foi o cancelamento poucos dias antes da banda de abertura, os Peeping Tom, do ex-Faith no More, Mike Patton. Para quem, como eu (fã devota de FNM), tinha comprado bilhete meses antes para garantir presença na estreia em solo nacional de mais uma banda do homem dos sete ofícios com mais projectos musicais de que há memória, foi muito decepcionante este cancelamento "in extremis". É melhor nem transcrever a quantidade de palavrões bem feios que disse mal li a notícia. Foram muitos. Adiante.
No lugar dos Peeping Tom actuou um DJ cujo nome não foi anunciado, mas também não interessa nada porque foi uma treta para encher chouriço, bastante chata e evitável.
O início do concerto de 1:45 m dos Massive Attack, muito bem acompanhados por alguns dos convidados de luxo que colaboraram nos discos da banda, Liz Fraser, Deborah Miller (que vozeirão!) e Horace Andy, deu-se com "False Flags". Seguiram-se "Risingson", "Butterfly Caught", "Karmacoma", a belíssima "Futureproof", "Angel" (cantada por Horace Andy. E que bem que soou na mesma, apesar de cantada por uma voz masculina!), "Teardrop" (a demonstrar alguma fragilidade na voz de Liz Fraser: os anos não perdoam e os Cocteau Twins já foram há muito...), "Hymn of the Big Wheel" (em dueto de Horace Andy e Deborah Miller, sempre descalça durante todo o concerto), "Safe from Harm", o claustrofóbico mas excelente "Inertia Creeps", "Unfinished Sympathy" (com Deborah Miller a exibir a belíssima voz que tem e que deve ter deixado Liz Fraser a corar no camarim), entre outras.
Ficou a faltar "Man next door", para aproveitar ainda mais a presença de Horace Andy em Lisboa, mas a verdade é que foi um concerto de grande nível, musicalmente irrepreensível e onde tudo bateu certo, até as intervenções politizadas que iam passando durante todo o concerto nos monitores que estavam no chão do palco, com mensagens em português sobre factos e notícias nacionais, acontecimentos mundiais desse dia e dados sobre a guerra do Iraque, estes durante a interpretação de "Safe from Harm". Perfeito.
Mais uma banda com consciência política, sem precisar de o gritar histericamente aos sete ventos. E é assim que resulta melhor. Até breve. Voltem sempre!




























































Tool ao vivo no Azkena Rock Festival, País Basco



































































Este já vem com dois meses de atraso, mas aqui vai na mesma!
Depois de duas muito bem sucedidas passagens por Portugal no ano passado, em Maio no Festival Super Bock Super Rock e em Novembro no Pavilhão Atlântico, os Tool falharam a promessa feita neste último. Dizia Maynard no fim do concerto do Atlântico que os Tool estariam de volta à lusa pátria no final do Verão de 2007, para tocar num espaço ao ar livre. Infelizmente, tal não aconteceu. Assim sendo, resolvi pegar na mochila e rumar com uma amiga ao País Basco, mais exactamente a Vitoria-Gasteiz, para o Azkena Rock Festival, apesar do atentado terrorista da ETA que tinha acontecido poucos dias antes ali bem perto, em Durango. O restante cartaz não era apelativo por aí além, mas Tool compensava quaisquer falhas ou erros de casting que pudessem ocorrer. E houve-os, mas deles não reza a história. "Jambi" deu o mote (e que início!), seguindo-se uma intro de "Ions (-)", "Stinkfist", "46 & 2", "Rosetta Stoned", "Flood", "Lateralus" e "Vicarious".O alinhamento assemelhou-se bastante ao do Pavilhão Atlântico, ainda que a fase inicial da carreira da banda tenha aqui sido representada pelo tema "Flood" em vez de "Sober", que pôs o Atlântico ao rubro em Novembro passado. No início, o som não estava brilhante: a bateria e a guitarra demasiado altas faziam com que, por vezes, a voz de Maynard soasse abafada e imperceptível. Felizmente, isso não impediu que fosse «O» concerto da noite, como é óbvio. E será que alguém lá teria ido se não fossem os Tool? Duvido! Ver três vezes Tool no espaço de um ano é muito bom, se bem que, muito provavelmente, e tendo em conta o ritmo normal de lançamento de álbuns pela banda (de 5 em 5 anos), só voltaremos a ter oportunidade disso daqui a bastante tempo. Pensei que ia encontrar portugueses no festival, mas nem rasto. O recinto do Azkena é bastante mais pequeno que o Parque Tejo e foi relativamente fácil «furar» por entre a multidão e assistir ao concerto na primeira fila. E que bom foi também assistir ao abraço colectivo da banda antes da entrada em palco, perfeitamente visível por baixo de um palco coberto por uma rede que nada ocultava dos olhares indiscretos do público!Pelo festival passaram também nesse dia algumas espanholadas inconsequentes como umas tais de Las Furias, Los Coronas, Josele Santiago (quem?), os americanos Two Gallants, Brant Bjork & the Bros. (banda do ex-baterista de Kyuss e Fu Manchu, um som bastante interessante por sinal), Giant Sand, Roky Erickson & the Explosives (o rock na sua faceta mais geriátrica), uma estopada sueca perfeitamente evitável chamada Diamond Dogs & the Silver Cats Horns e Heavy Trash, projecto muito rockabilly de Jon Spencer, dos Jon Spencer Blues Explosion (que são bastante mais recomendáveis) a finalizar a noite. E assim termina a minha época festivaleira. Que para o ano haja mais é o que se pretende.
E já agora, para quando os Queens of the Stone Age em Portugal?
(Artigo que escrevi no fórum da Blitz. Para o ler online e ver os comentários dos utilizadores clica aqui:
http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/13114)