OTÁrios
O Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, anunciou hoje que, dentro de poucos dias, vai saber-se a data de apresentação do projecto no novo aeroporto da OTA que substituirá, dentro de 12 anos, o aeroporto da Portela.
O novo (mega)aeroporto custará cerca de 3.000 a 5.000 milhões de euros (upa, upa!!!) e ficará localizado a 40 km de Lisboa. Terá 2 pistas e capacidade para 40 mihões de passageiros por ano, sendo que a sua duração está prevista ser de cerca de 30 a 40 anos (ou seja, na melhor das hipóteses, em 2057 toca a construir mais um aeroporto).
Neste momento, o aeroporto actual da Portela, em Lisboa, capital de Portugal movimenta cerca de 10,7 milhões de passageiros (dados de 2004: ano em que houve um aumento substancial de tráfego aéreo em Portugal devido ao Euro 2004 e ao Rock in Rio). Em 2017 teremos um novo aeroporto gigante que muito dificilmente movimentará o quádruplo do número de passageiros supra-citado, numa vilória qualquer perdida no mapa, a 40 km da capital do país!!! Um elefante branco, portanto.
Segundo as notícias, o Estado só comparticipará com 10% da verba de construção, sendo que os restantes 90% serão assegurados por empresas privadas e por fundos comunitários.
Como já dizia Miguel Sousa Tavares num mail que andou por aí a circular, em Portugal «gostamos de ser ricos com o dinheiro dos outros».
Venha de lá o dinheiro dos contribuintes, dos otários que ainda se dão ao trabalho de pagar impostos para que os que deles fogem possam usufruir daquilo a que não têm direito e para que se possa construir mais um Ferrari do Estado. E parece que a seguir vem aí mais um : o TGV.
Num país onde o ordenado mínimo não chega aos 400 € e onde 20% dos licenciados/quadros superiores técnicos se vê obrigado a emigrar para ter emprego é nisto que o governo PS acha que vale a pena investir.
3 Comments:
Os portugas gostam é de estrafegos. Isto é ja a pensar no futuro. Turismo para visitar as obras mais estupidas do planeta.
Surpresos!? Acho que não... As obras megalómanas sucedem-se e infelizmente começamos a já estar habituados, no entanto, não conformados! Prioridades prementes da população são esquecidas, em detrimento de construções aparentes para “Inglês ver” e cuja eficiência económica fica por provar. Redistribuição de rendimento em Portugal é coisa que não existe, existem sim imposições ridículas com consequências no bolso de todos nós. Convergência dirão uns, desenvolvimento dirão outros, aparência digo eu…
Contra mim falo...
Mas no Euro toda a gente vibrou e pensou ... Que bela organização e as necessidades prementes foram olvidadas por um breve e fogaz delirio de felicidade!!
É assim o nosso portugal!!
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