Ora cá está mais um grande concerto de uma grande banda. Ultimamente os meus posts resumem-se a críticas a concertos: tenham lá paciência e se não quiserem não leiam.
Os Nine Inch Nails, ou melhor, a banda de músicos que vai tocando com Trent Reznor, alma mater do projecto, deu um concerto arrasador no Coliseu de Lisboa no passado sábado. Foi bom voltar a ver Jeordie White, aka Twiggy Ramirez, mas desta vez nem com Marilyn Manson, nem com A Perfect Circle (o homem roda pelas grandes bandas todas!) a tocar.
Dezanove músicas, com um início bem potente, ao som de "Mr. Self Destruct". E foi mesmo isso que Mr. Reznor fez logo na primeira música: destruiu (ainda que involuntariamente) o vidro do foco de luz que tinha por cima dele. Mas, como ele bem disse a seguir, «fuck it»! O espectáculo lá continuou. Antes da quarta música, "March of the Pigs", o sistema de luzes fez disparar o alarme de incêndio, mas Trent Reznor continuou a tocar, explicou o sucedido, disse que era normal aquilo acontecer (afinal era o primeiro concerto da digressão!) e atacou em força a canção, que teve de ser tocada às escuras, com a zona do público a ser iluminada por ordem do vocalista. A partir daí, nada de incidentes com luzes, só mesmo grandes músicas e um ambiente único.
Foi uma estreia em palcos nacionais que já era há muito aguardada e a espera valeu bem a pena! Os Nine Inch Nails já andam nestas lides desde o final dos anos 80, mas foi com as bandas-sonoras de "Natural Born Killers", "O Corvo", "Seven" e, já mais tarde, "Lost Highway" que, explodiram definitivamente. Lembro-me perfeitamente de estar a ver o "Seven" e de ficar siderada a ouvir a música do genérico vezes sem conta, o tema "Closer", que, claro está, não faltou no concerto e foi, inevitavelmente um dos momentos mais altos da noite. Para quem conhece a letra não é difícil adivinhar porquê!
A meio do concerto, Trent Reznor saltou para o meio do público e ali esteve a cantar "Help me I am in Hell": que pena não termos ficado um pouco mais à esquerda na plateia!
Outro superlativo momento da noite (para mim, pelo menos): quando Reznor, ao piano, tocou "La Mer" (de "The Fragile") e, em seguida, "Into the Void", em sequência contínua. Nem poderia ser de outra forma!
Para voltar à carga mais pesada, ouviu-se o ritmadíssimo "Only" do (ainda) último álbum "With Teeth" e o zangado "You know what you are?". Em seguida, regresso ao passado para o belíssimo "Hurt", com um salto para o presente e o primeiro single de "With Teeth", "The hand that feeds" e, a terminar, um regresso às origens, a "Pretty Hate Machine", com "Head like a Hole". Como diz a letra, "Bow down before the one you serve/ You're going to get what you deserve". E tivemos mesmo! Obrigada por isso, Mr. Reznor. Foi uma noite inesquecível. Venham de lá mais noites destas. E é favor não nos esquecerem na próxima digressão a "Year Zero", que sai já no próximo dia 17 de Abril. Foi pena não terem tocado nenhuma música nova, como forma de avanço ao novo álbum. Mas tudo bem. O pessoal agradece a pen «esquecida» na casa de banho do Coliseu com uma das músicas do próximo álbum. Bela estratégia de marketing! Quem a encontrou ganhou, sem dúvida, a noite! Pode ser que isso signifique uma nova vinda a Portugal. Assim o espero.
Agora é esperar por dia 27/02 para compar o DVD oficial da digressão, "Beside you in time". Está quase!